RISCO DE LESÃO NA UTILIZAÇÃO DA UNIDADE DE ELETROCIRURGIA NO PERÍODO TRANSOPERATÓRIO
Virgínia Guerra Moreira*; Cibele Alves Fontes**; Eliane Basques Moura**.

Atualmente, a eletrocirurgia tem adquirido cada vez mais destaque e vem se tornando tecnologia amplamente utilizada nas salas de cirurgia. É uma técnica na qual se utiliza frequentemente, instrumentos eletrocirúrgicos para controlar sangramentos ou ablação de tecidos moles. O princípio da eletrocirurgia baseia-se na passagem de uma corrente elétrica de alta frequência pelos tecidos-alvo. Esta corrente é produzida por um gerador e liberada através de um eletrodo ativo, percorrendo o corpo do paciente e saindo através de um eletrodo neutro ou dispersivo (placa de dispersão). Ao encontrar a resistência do tecido humano, essa corrente elétrica é transformada em calor. (AFONSO, 2010). Por causa da produção de calor e da resistência dos tecidos, surgem várias complicações relacionadas ao seu uso, como explosões de misturas combustíveis - gases anestésicos e intestinais - estimulação de tecidos excitáveis, interferência com instrumentos e marca-passos e a queimadura, sendo, esta a complicação mais freqüente. (GOMIDE, 2011). Além das consequências médico-legais, as queimaduras nas placas eletrocirúrgicas podem gerar impactos físicos, financeiros e psicológicos nos pacientes e suas famílias. Uma boa compreensão dos potenciais mecanismos de queimaduras em pacientes submetidos à eletrocauterização em cirurgias é necessária, a fim de tornar estas lesões as mais raras possíveis. Percebendo-se a necessidade iminente de melhoraria à abordagem ao paciente, é importante a capacitação de médicos e enfermeiros, para que possam realizar este procedimento com maior segurança e bem-estar do paciente na unidade de centro cirúrgico. Será realizada uma capacitação da equipe de saúde nos Hospitais de Belo Horizonte, através de reuniões, com a participação direta da equipe multidisciplinar. Todos os encontros serão registrados em livro ata. A dinâmica ocorrerá através de uma abordagem da equipe no sentido de educar e orientar quanto ao conhecimento dos fundamentos da eletrocirurgia, seu uso correto, inspeção de cada placa; local apropriado e bem preparado com muita massa muscular; utilizar o mínimo de corrente necessária, e com pausas, a fim de se resfriar o tecido abaixo da placa; utilizar duas placas apropriadas em pacientes de alto risco como crianças ou idosos com pouca massa muscular. A reunião se iniciará com a distribuição de cartilhas, seguida por divisão de grupos de discussão e treinamento de habilidades. A execução do projeto será de uma hora por semana, durante quatro semanas no período de junho a setembro de 2013. Justificando-se assim, a necessidade de demonstrar desde o início, a importância do compromisso da equipe de saúde com a assistência ao paciente nas diferentes fases do processo cirúrgico.

**Acadêmicos do curso de medicina da UNIFENAS-BH;
*Docente do curso de medicina e coordenadora da LIRACIR/Liga de Raciocínio Clínico-Cirúrgico da UNIFENAS-BH.



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