DETERMINAÇÃO DOS TEORES DE CARBOXIEMOGLOBINA E METEMOGLOBINA EM BOLSAS DE SANGUE - LIGA DE TOXICOLOGIA
Alessandra Cristina Pupin Silvério*; Fernanda Alice Penha Souza**; Carla Verônica Mello2; Isabela Tavares Lima**

O hábito de fumar é responsável pela elevação dos teores dos pigmentos hemoglobínicos, que alteram o transporte e/ou o aproveitamento de O2 pelas células, dentre esses a carboxiemoglobina (COHb) e a metemoglobina (MeHb). Na triagem de doadores de sangue há uma série requisitos observados visando oferecer segurança e proteção ao receptor e ao doador, contudo, o tabagismo, um importante problema de saúde pública, não é fator de exclusão de doador. O objetivo foi determinar a porcentagem de carboxiemoglobina e metemoglobina em bolsas de sangue de doadores, comparando os teores em fumantes e não fumantes, durante o período de estocagem dessas bolsas. Materiais e método: foram analisadas 49 bolsas provenientes de indivíduos fumantes e 12 de não fumantes, do banco de sangue do Hospital Universitário Alzira Velano, em Alfenas-MG. Os percentuais de COHb e MeHb foram determinados pelos métodos espectrofotométricos de Beutler & West e Evelyn-Malloy modificado, respectivamente. Para a comparação dos grupos, foi utilizado o teste t de Student, ao nível nominal de 5%. Resultados e discussão: dentre os doadores, 53% foram do gênero feminino e 47% do gênero masculino. A faixa etária que prevaleceu foi de 18 a 30 anos. O valor médio de COHb, nas bolsas de fumantes, foi 12,2%, com o desvio padrão de 5,1%, em virtude da variação no tempo decorrido entre o ultimo cigarro fumado e a coleta do sangue. Indivíduos que fumavam cigarros do tipo envolvido em palha, sem filtro, apresentaram valores superiores àqueles determinados em sangue de indivíduos que fumavam cigarro do tipo comercial, mesmo com menor duração e frequência de exposição ao tabaco. Em relação aos teores determinados no 1º, 10º e 20º dia de estocagem da bolsa, a 4ºC, a média obtida foi 11,5%, 13,9% e 11,1%, não mostrando alteração significativa na porcentagem de COHb durante estocagem (p= 0,0086). O teor médio obtido em sangue de não fumantes foi 3,5%%, valor esse em torno de três vezes menor do que daquele obtido em sangue de fumantes. Em relação à metemoglobinemia, o teor médio determinado nas bolsas de fumantes foi 0,8% no 1º dia e 0,9% no 20º dia, com desvio-padrão de 1,36 e 0,5 respectivamente sendo, os valores obtidos em sangue de fumantes e não fumantes estatisticamente semelhantes (p<0,05). Os níveis reduziram a partir do 20º dia de estocagem das bolsas mantidas a 4ºC (0,02 com variância de 0,01). Conclusão: os resultados obtidos no presente estudo sugerem que há necessidade de avaliar os níveis de carboxi e metemoglobinemia, nos bancos de sangue, uma vez que os níveis elevados desses pigmentos podem desencadear efeitos nocivos, decorrentes da variação do aproveitamento do O2, pelas células, principalmente em pacientes hipersusceptíveis e/ou com distúrbios cardíacos e pulmonares. Agradecimentos: A Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG) pela bolsa concedida à Souza, F.P.P.

* Professora da Unifenas, Campus Alfenas-MG
** Laboratório de Toxicologia, UNIFENAS, Alfenas-MG;


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