FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES EM ESCOLAS PÚBLICAS
Ártemis Marques Alvarenga*; Valéria Guimarães de Oliveira Fioravanti**; Raimundo Lago Bezerra**.

Pesquisas apontam o frequente adoecimento psíquico dos docentes, seja das escolas públicas ou privadas (ARAÚJO E SOUSA, 2013), cujas causas são relações interpessoais insatisfatórias com alunos, infraestrutura precária, desvalorização do ofício, dentre outras. Acrescem a esses dados o adoecimento físico, tais como tendinite, labirintite, etc. Publicação do Conselho Federal de Psicologia (2013) mostra que uma das áreas de intervenção possíveis à Psicologia nas instituições de ensino está a formação continuada dos Educadores. O presente projeto objetiva-se refletir sobre as formas de relações interpessoais mais saudáveis no contexto educacional; incentivar formas coletivas de enfrentamento das questões educacionais, como indisciplina, desmotivação e dificuldades de aprendizagem. São realizados encontros com os professores nas instituições de ensino fundamental ou médio, de forma pontual (um encontro) ou continuada (com vários encontros), dependendo da demanda identificada e disponibilidade da instituição. Discussões, dinâmicas vivenciais e vídeos são alguns dos recursos utilizados para facilitar o alcance dos objetivos. Nos encontros realizados, perceberam-se as seguintes queixas a respeito de crianças, sobretudo as de 2 a 6 anos: não se comportam, brigam, batem, não seguem as regras, mordem os amigos e a professora, não saíram das fraldas e mamadeiras, ainda estão na fase de rabiscos, não conseguem diferenciar o nome e as letras, só conhece um tipo de letra, brinca sozinho, não interage, não fala, é lento demais ou agitado demais. As intervenções com os professores, planejadas pelos universitários, tiveram o seguinte direcionamento: problematizar a expectativa de uma "criança ideal"; indicar que a educação deve buscar o equilíbrio entre aplicar as regras e manter-se afetivo, como também ser coerente e consistente (GOMIDE, 2004), ressaltando-se que a coerência e a consistência dependem do quanto o professor ou os pais são criativos e o quanto eles conhecem do desenvolvimento das crianças; fomentar atitudes criativas e generosas em relação aos ditos comportamentos inadequados, evitando-se culpabilizações aos pais, ao sistema escolar ou à realidade social.

*Professora do Curso de Psicologia da UNIFENAS, campus de Varginha-MG.
**Acadêmicos do Curso de Psicologia da UNIFENAS, campus de Varginha-MG.


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