DE MÉDICO E LOUCO... MEDICINA NA SAÚDE MENTAL
Jaqueline Santos Barboza*; João Paulo Garcia**; Isabela Costa Silva**; Sérgio Assis Ferreira**; Isa Maria Pereira Fernandes**; Ellyson Gustavo de Oliveira Vilela**; Bianca Martins de Oliveira Reis**; Lilian Thieful Atique**; Daniel Ferreira Manzo**.

É no campo de promoção da saúde mental que, embora com muitas adversidades, ocorre grande esforço para afirmar a subjetividade e as relações humanas. Neste cenário, observamos uma insuficiente formação médica, e a tendência a um modelo centrado na doença e na medicalização do sofrimento mental, com escassa experimentação de cenários e de ações de promoção da saúde mental nas diversas instâncias do SUS. Oferta-se a presente extensão com vistas proporcionar um espaço de aprendizagem sensível e vivencial, que se faça significativa nos cenários reais de atuação a partir da inserção na Rede de Atenção Psicossocial. Esta ação oportuniza, ainda, ampliação dos conhecimentos teórico-práticos acerca da escuta e manejo clínico do sofrimento mental, das ações de saúde em rede, da clínica ampliada e compartilhada em medicina, dentre outras temáticas pertinentes ao campo. As ações na rede visam, ainda, proporcionar aos usuários dos serviços de saúde mental um espaço de escuta e interação, oportunizando mais uma fonte integração psicossocial. Foi proposta a observação-participante no CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) como metodologia que traduz o ver, ouvir e compreender, por meio do acompanhamento de consultas, de matriciamento, discussões de casos, bem como do cotidiano do serviço nos seus diversos setores.  Os relatos indicam intenso movimento de aprendizagem relacional e vivencial no campo da saúde mental. A extensão possibilita interação entre os alunos e a rede de saúde mental, incluindo pacientes, médicos, psicólogos, enfermeiros e outros profissionais. Essa experiência é fundamental para que haja conhecimento de uma área ainda marginalizada e desconhecida por muitos. Em observação no CAPS, os discentes têm sido capazes de interagir com os pacientes frente a frente, conhecendo suas opiniões, medos e vontades. As necessidades em saúde mental são muito diferentes, e apenas aqueles interessados em entendê-las conseguem estar com esses pacientes. Portanto, apesar do projeto se encontrar em fase inicial, está contribuindo não só para o desenvolvimento em seus aspectos acadêmicos, mas também no que diz respeito aos aspectos afetivo, relacional e social tanto dos acadêmicos, como da equipe profissional e pacientes. A próxima fase do projeto consistirá na organização e execução de oficinas terapêuticas junto aos usuários da Rede, a fim de ampliar o escopo de ações do projeto e oportunizar vivência de maior proximidade e produtividade junto aos usuários.

*Docente do Curso de Medicina da UNIFENAS, câmpus de Alfenas.
**Acadêmicos da UNIFENAS, câmpus de Alfenas.

FÓRUM DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA - UNIFENAS, 17ª Edição, 2018
Anais - Versão on-line ISSN 1679-7124

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