DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE DAS COLINESTERASES TOTAL, PLASMÁTICA E ERITROCITÁRIA EM AGENTES DE COMBATE À DENGUE DA CIDADE DE POUSO ALEGRE-MG
Alessandra Cristina Pupin Silvério*; Gislene Vasconcelos**
Os inseticidas organofosforados são os principais representantes dos anticolinesterásicos, seguidos dos carbamatos, sendo responsáveis por grande número de intoxicações. Um valioso indicador de exposição a agrotóxicos é o nível de atividade da enzima colinesterase, pois estes praguicidas agem inibindo esta enzima levando a uma diminuição de sua atividade. Este biomarcador apresenta significado clínico mostrado ser de dose interna (colinesterase plasmática) e de efeito (colinesterase eritrocitária). O presente estudo foi realizado com 44 agentes de combate à dengue da cidade de Pouso Alegre, sul de Minas Gerais. Estes indivíduos estavam em uso de anticolinesterásicos ou afastados, não mais que três semanas, foram incluídos os trabalhadores de ambos os sexos e com idade entre 22 e 55 anos. Para avaliação das intoxicações pelos inseticidas inibidores da colinesterase, foi utilizado o método de Ellman & cols modificado em comparação com o método enzimático comercial. O método de Ellman & cols modificado tem sido considerado como padrão na área de toxicologia e permite avaliar as atividades de colinesterase total, plasmática e eritrocitária enquanto o método comercial só avalia a atividade da colinesterase plasmática. Foi também caracterizada a exposição dos trabalhadores frente aos anticolinesterásicos utilizando um questionário padronizado. Não foi constatado nenhum caso de agente de combate à dengue com a taxa de atividade da colinesterase total, eritrocitária e plasmática inferior ao valor de referência, mostrando exposição aceitável aos anticolinesterásicos. A exposição aos inseticidas caracterizou-se principalmente por: 31,8% dos trabalhadores do sexo masculino, 100% dos inseticidas utilizados foram anticolinesterásicos, 21% dos trabalhadores apresentaram como tempo de exposição aos anticolinesterásicos entre 6 e 20 meses, 55,5% não utilizavam nenhum tipo de equipamento de proteção individual e as principais vias de exposição foram as dérmica e pulmonar. Com estes resultados pode se observar que as duas metodologias apresentaram resultados compatíveis podendo ser utilizadas para monitorização biológica aos trabalhadores expostos aos anticolinesterásicos, sendo o método de Ellman & cols modificado um avaliador mais completo por avaliar as atividades das colinesterases eritrocitárias e total.
1) Anticolinesterásicos; 2) Colinesterases; 3) Agentes de combate à dengue
*Professor(a)da UNIFENAS - Alfenas – MG.
**Acadêmica da UNIFENAS - Alfenas – MG.
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