ALFENAS E REGIÃO SEM DOR
MsC. Roberto Salvador de Souza Guimarães*; Bianca Prado e Silva**; Jéssica Souza Pereira**; Ana Paula Silva Andrade**; Pedro Beraldo Cabral**; Ana Bárbara Zuntin Deliza**; Marina Bruzadelli Vieira da Silveira**; Mariana Castilho Pires**; Elida Aparecida Brito Silva**; Pedro Paulo Orlandi Andrade**; Caroline Brito Ferreira**; Luís Flávio Cozza Vaz**

O conceito de dor, segundo a International Association for the Study of Pain (IASP), é uma experiência emocional, com sensação desagradável, associada à lesão tecidual presente, potencial ou descrita como tal, porém a dor é uma manifestação às vezes muito abrangente, que deve ser associada ao sofrimento dos pacientes, suas angústias físicas, emocionais, espirituais e sociais, a chamada Dor Total (Juver JPS, Verçosa NF; 2008). A dor é um sintoma e uma das causas mais frequentes da procura por auxílio médico (Holtz VV, Stechman J.; 2008). Estima-se que 80% da população mundial procure o sistema de saúde devido a essa morbidade (Kerns R, Otis J, Rosenberg R, et al.; 2003). No Brasil, estima-se que a dor crônica acometa entre 30% e 40% da população, sendo apontada como um problema de saúde pública (Cipriano A., Almeida DB., Vall J.; 2011). O tratamento da dor, seja com seu controle próprio, seja na prestação de cuidados paliativos, é o exemplo maior de universalidade e da transversalidade das atividades interdisciplinares na área da saúde pública, sendo este o objetivo do presente trabalho. O projeto visa à implantação de um ambulatório especializado envolvendo a Faculdade de Ciências Médicas o Hospital Universitário Alzira Velano e a Secretaria Municipal de Saúde de Alfenas-MG, promovendo a assistência multidisciplinar ao paciente e aplicação de bloqueios anestésicos, ampliando as opções terapêuticas e as ações assistenciais à comunidade, como terapia adjuvante ao tratamento medicamentoso. A analgesia obtida pelos bloqueios dos nervos periféricos é eficaz quando as dores são localizadas, contribuindo também para poupar os anestésicos sistêmicos, reduzindo assim os efeitos colaterais destes. Os bloqueios anestésicos têm eficácia comprovada para diversos tipos de dor e patologias (Rocha APC, Kraychete DC, Lemonica L, et al.; 2007). Desta maneira, o controle da dor torna-se uma prática de saúde pública indispensável, especialmente na atenção básica de saúde, pela demanda por serviços de saúde, impacto social desfavorável sob a qualidade de vida dos indivíduos portadores de dores crônicas (Cordeiro Q, Khouri Ml, Ota D, et al.;2008). É importante salientar que a falta de diagnóstico e tratamento adequado na fase aguda pode favorecer a cronificação da dor e o agravamento da apresentação clínica (Brennan F, Carr DB, Cousins M.; 2007).

*Autor, médico e professor do Hospital Universitário Alzira Velano e da UNIFENAS, campus de Alfenas - MG.
**Coautores