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1 de agosto de 2017

Fórum de Extensão divulga iniciativas voltadas para a comunidade


Everton Marques
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Projetos foram apresentados em Belo Horizonte, Campo Belo, Divinópolis e Varginha

Há 16 anos o Fórum de Extensão Universitária da UNIFENAS divulga projetos desenvolvidos por alunos e professores que crescem como profissionais diferenciados ao conhecerem a realidade da comunidade com a qual desenvolvem suas ações.

Assim como ocorreu no câmpus de Alfenas, no primeiro semestre de 2017, projetos foram apresentados na 16ª edição do Fórum nos câmpus de Varginha, Divinópolis e Campo Belo. Nestes três, as iniciativas desenvolvidas se relacionaram com a temática “Sustentabilidade e Preservação Ambiental”. Já a 5ª edição do Fórum no câmpus de Belo Horizonte, a “Diversidade na cidadania, um olhar para a inclusão social”, esteve em destaque.

As apresentações dos projetos ocorreram na forma oral, em sessões realizadas nos meses de abril e maio. Para o professor Márcio Antonio Ferreira, supervisor dos câmpus de Belo Horizonte e Campo Belo, uma das transformações proporcionadas pela extensão universitária está no desenvolvimento da inteligência emocional. “A extensão vem trazer essa habilidade ao aluno que, muitas vezes, dentro de uma sala de aula, a teoria não lhe traduz essa condição. Então, nós queremos que o aluno passe na realidade da comunidade a condição de trazer para ele a responsabilidade de mudar-se e tentar mudar o outro também.”

Como se observou durante as sessões, os projetos de extensão da UNIFENAS têm contribuído para transformar a vida de muitas pessoas a partir de ações que vão desde atendimentos na área da saúde, até orientações ou consultorias em áreas como, por exemplo, administração e direito. É o caso do trabalho desenvolvido junto à Ascarbe (Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Campo Belo). A iniciativa, que conta com o envolvimento de alunos e professores do curso de Direito, tem proporcionado assistência jurídica, valorização dos trabalhadores e promoção de palestras que elevam a sua autoestima. Fato confirmado por depoimentos como o de Irenita Maria Rezende, associada há dois anos à Ascarbe: “Os alunos têm orientado, passam para a gente, e têm ajudado muito sobre o lixo reciclável, estão ajudando no meio ambiente. Então, a gente fica muito satisfeita deles estarem lá”.

Este ano os trabalhos inscritos para o Fórum contemplaram os “objetivos do milênio”, a “sustentabilidade e preservação ambiental”, os “direitos humanos e igualdade étnico-racial”, o “desenvolvimento econômico e social”, a “responsabilidade social e inclusão social” e a “preservação da memória e patrimônio cultural”. “Nós estamos muito felizes com o envolvimento dos alunos, com o seu entusiasmo, com os docentes envolvidos nos projetos, o apoio que a gente recebe da comunidade”, afirmou o professor Rogério Prado, diretor de extensão e assuntos comunitários da Universidade.

A fala de Isadora Bernardes Ribeiro, aluna do curso de Direito de Campo Belo, resume o que muitos universitários da UNIFENAS vivenciam ao saírem a campo, munidos do conhecimento adquirido na instituição. Ela argumenta que o universitário deve fazer valer o que está no preâmbulo da Constituição Federal, que é a igualdade e a justiça. Para ela, “não adianta a gente estar em um curso de Direito, saber muito bem a teoria e não usar o direito por uma causa maior que é o social”.

“A extensão é de suma importância. Tanto a pesquisa quanto o ensino também, mas a extensão é importante, pois estaremos inseridos nas comunidades, será o público onde iremos trabalhar no dia a dia, onde estaremos inseridos a todo o momento”, complementa Ricardo Alexandre Batista Barbosa, aluno de Educação Física do câmpus de Divinópolis.

Seu colega de Universidade Aysllan Fassio Andrade, que está distante a quase 240 km, no câmpus de Varginha, destaca como enxerga o papel da extensão universitária: “A extensão funciona muito bem nesse campo de mediar essa relação com a comunidade e proporcionar para a gente, ainda mais na área da Psicologia, práticas com pessoas e testar um pouquinho do conhecimento que a gente aprende”.

Carolina Rocha, aluna do curso de Direito do câmpus de Belo Horizonte, acredita que a extensão é o aprender com a sociedade. “A gente leva o conhecimento, mas muito mais do que isso, a sociedade ensina o acadêmico, o estudante, como ele vai agir quando for profissional”.



As apresentações



Com mais de 150 projetos divulgados no Fórum de Extensão de 2017, estes disponíveis no site http://www.unifenas.br/extensao, em cada câmpus ocorreu uma programação diferenciada para as apresentações.

Em Campo Belo um dos momentos mais envolventes foi a apresentação do Coral Vozes da UNIFENAS, formado por alunos, professores do curso de Direito e pessoas da comunidade. O coral surgiu há um ano como um projeto de extensão e tem como regente Jupiter Saturnino, mais conhecido como “Saturno”, auxiliar de Biblioteca do câmpus, locutor, músico e professor de música da rede municipal. “Aquele que tem vontade de cantar, ou que já canta, pode ser aproveitado e chegar no objetivo geral que é a apresentação na qual a gente tem interpretado com grandes canções, especialmente clássicos da música popular brasileira”, disse Saturno, ao se referir a uma das propostas do coral.

Os demais projetos desenvolvidos na cidade são de forte cunho social e seguem a máxima de fazer o bem. Segundo a Profa. Rosyanne Silveira da Mata Furtado, coordenadora do curso, “a preocupação é colocar em exercício o tripé ensino, pesquisa e extensão. E a extensão vem trazer essa integração da comunidade acadêmica com a comunidade local”.

Em Varginha, na abertura do evento, a Fundação Cultural da cidade recebeu jogos e atividades lúdicas relacionadas ao patrimônio histórico e cultural do município, criados por alunos de Psicologia e que serão destinados a escolas públicas. Ainda com alunos de Psicologia, houve a exposição de fotografias do cotidiano LGBT, sob a responsabilidade do Núcleo de Apoio à Diversidade Sexual; e a exposição de autores relacionados a Luta Antimanicomial. Projetos de educação ambiental e desenvolvimento sustentável, desenvolvidos por alunos de Biomedicina, também foram expostos. “A Universidade oferece para a gente todo conhecimento, toda infraestrutura para podermos aprender cada vez mais. Então, o nosso maior objetivo é levar para a comunidade, é poder dividir tudo que a gente está absorvendo com as pessoas lá fora”, diz Ramira Fonseca Miguel, acadêmica de Biomedicina.

No Fórum, além dos cursos já citados, o curso de Odontologia também divulgou seus projetos. “A riqueza dos projetos está na relevância dos assuntos e na importância destes na conscientização da população em geral”, destacou a professora Christiane Navarra Frogeri Pimenta, supervisora do câmpus, ao avaliar as apresentações.

Em Divinópolis, paralelo à divulgação dos projetos, ocorreu a interação entre os acadêmicos dos cursos de Educação Física, Biomedicina e Fisioterapia. Eles apresentaram suas ações e promoveram atividades ligadas à estética.

Ainda sobre as ações desenvolvidas, a Professora Ana Maria de Abreu, supervisora do câmpus, destacou a continuidade de algumas iniciativas que já ocorrem há mais de cinco anos e outras que surgem anualmente. “Divinópolis tem caminhado a passos largos em relação à extensão e nos surpreende cada vez mais. Os alunos participam muito, os professores muito disponíveis. Então, creio que estamos em uma evolução bem significativa”, disse Ana Maria.

A postura dos estudantes de Educação Física contribui para a fala da supervisora. A graduação, que começou este ano, já tem universitários envolvidos com a extensão e até criaram a Liga Esportes e Saúde. De acordo com o professor Fábio Peron Carballo, coordenador do curso, “eles estão muito empolgados, engajados, interessados nessas questões [extensão universitária]”.

Divinópolis encerrou a 16º edição do Fórum, que no câmpus de Belo Horizonte chegou a sua 5º edição e destacou, como já foi dito, a “Diversidade na cidadania, um olhar para a inclusão social”. Segundo a coordenação de extensão, o tema foi relevante para a formação profissional e humana dos alunos, uma vez que a sociedade se “fecha” para as pessoas deficientes.

A presença de Leonardo Gontijo e seu irmão Dudu Do Cavaco, jovem que nasceu com síndrome de Down, tornou a abertura do evento ainda mais especial. Os irmãos divulgaram o Projeto Mano Down, que permite outro olhar sobre as pessoas com a síndrome, ao mostrar que elas podem dirigir sua própria vida, ainda que por ventura necessitem de apoio de familiares e amigos.

Outro ponto alto do Fórum na capital mineira, que ocorreu em dois dias, foi a apresentação da Orquestra Escola Criarte, que é conduzida pelo maestro José Alarico Gonçalves, um ex-pedreiro que se dedica a inserir crianças e adolescentes no mundo da música e tirá-las da rua.



Depoimentos sobre a extensão universitária

Acadêmicos deixaram depoimentos de como é se envolver com a extensão universitária. “O que me motiva é que você tem a oportunidade de dentro da graduação levar seus conhecimentos para uma realidade social não tão favorecida. Por esse contato, você tem a oportunidade de ajudar essas pessoas”, destacou Natalia Drumond, acadêmica de Medicina de Belo Horizonte que participa de um projeto de orientação sobre a violência contra a mulher.

Sara Cristina de Figueiredo Ortiz, aluna de Administração do câmpus de BH, afirmou: “Como cidadã, como aluna, eu me sinto, não na obrigação, mas responsável por poder contribuir com a sociedade.” Questionada de como a extensão influenciou na sua formação, Paloma da Silva Rodrigues, estudante de Enfermagem, também de Belo Horizonte, fez a seguinte colocação, baseada em sua experiência de lidar com idosas: “Faz toda diferença! Porque lidar com o ser humano é uma grande responsabilidade e isso é uma coisa que vamos levar para o resto da vida. A Enfermagem atua em vários campos, e um deles é a saúde do idoso. Então, a extensão nos fez ver o quanto é importante escutar, conversar, olhar para as pessoas, ver não só a patologia, mas sim o ser humano”.

A futura biomédica a ser formada em Divinópolis, Bruna Elisa de Faria, deixou um depoimento relacionado ao fato de poder estudar em uma instituição que lhe permitiu o acesso ao ensino, à pesquisa e a extensão. “Eu me sinto extremamente satisfeita, extremamente grata por isso, porque é uma Universidade que está me propiciando uma vivência muito boa e que com certeza vou me tornar uma profissional muito bem sucedida.”