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21 de novembro de 2017

Tecnologia e precisão nos dados meteorológicos para o agronegócio


Everton Marques
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Plataforma de Coleta de Dados Meteorológicos instalada na UNIFENAS

“Nós observamos e constatamos que cada vez mais o agronegócio cresce na nossa região, e a UNIFENAS tem uma participação muito especial nisso.” Esta fala do professor Rogério do Nascimento Giranda, da disciplina de Agrometeorologia e Climatologia, refere-se ao fato de que a Universidade contribui com a agricultura, principalmente regional, por meio do ensino, da pesquisa, da extensão, dos profissionais formados em Agronomia e seus recursos tecnológicos. No campo da tecnologia, um dos destaques é a PCDM (Plataforma de Coleta de Dados Meteorológicos) instalada no câmpus de Alfenas.

Por meio de convênio com Furnas, a Plataforma garante uma maior precisão meteorológica não apenas para para a região, uma vez que está interligada a uma rede de PCDMs e estações meteorológicas. De acordo com o professor, o equipamento, autônomo, é uma das tecnologias mais modernas na área. Ele está instalado em um local representativo, sem árvores no seu entorno e em um terreno ondulado. Como afirma, as plataformas e as estações são importantes para FURNAS. “Todo o controle de água é feita com as previsões. Ameaçou uma chuva, eles [Furnas] sabem o quanto podem ou não reter essa água”, exemplifica Giranda.

No que se refere aos produtores agrícolas, o professor lembra que, de forma prática, seus dados podem, por exemplo, auxiliar os produtores de milho. Esta ajuda viria a partir de informações relacionadas à previsão do tempo, disponibilizadas pelo INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) na internet (http://www.inmet.gov.br/portal/). No site do Instituto existe um link chamado Agrometeorologia: ao clicar em balanço hídrico e produtividade, é fornecida uma série de estudos referentes à região, a partir da Estação Meteorológica de Machado e que demonstram a produtividade relativa e perda decorrente da deficiência hídrica. “Pelos dados meteorológicos do dia, e previsões para os próximos 120 dias, eu posso esperar ter uma produtividade em torno de 98,94 sacas por hectare”, disse o professor a partir da data do início desta reportagem, em 26 de outubro.



O uso dos dados meteorológicos na Universidade



Giranda acredita que a Plataforma instalada no câmpus da UNIFENAS, em Alfenas, também seja um diferencial para a instituição no que se refere a estudos meteorológicos e de pesquisa.

No campo da meteorologia, os estudos relacionados com a produção agrícola partem da confiabilidade da precisão e velocidade de processamento dos dados fornecidos. Uma segunda característica é que “esse tipo de tecnologia subsidia, e muito, as pesquisas. Por exemplo, se o acadêmico vai fazer uma análise de desempenho de uma planta no campo e vai propor alguma adubação, será que essas diferenças estão relacionadas com as mudanças climáticas? Aqui temos a condição de comparar, pois temos os dados para poder fazer isso, ou seja, a nossa chance de erro é menor”.



Componentes da Plataforma



A Plataforma de Coleta de Dados Meteorológicos instalada na UNIFENAS é composta por para-raios, por um barômetro (equipamento que mede a pressão atmosférica), por um anemômetro (usado para medir a direção, velocidade e rajadas de vento), por um Termohigrômetro (responsável por medir a temperatura e umidade, com as suas máximas e mínimas), por um pluviômetro (que mede a quantidade de chuva no local) e pelo actinômetro (equipamento que permite medir a duração do dia e a intensidade da radiação solar).

A PCDM possui ainda um painel solar que a alimenta com energia elétrica. Por meio de uma antena, os dados coletados, segundo a segundo, são transmitidos para um satélite, que os retransmite para Cachoeira Paulista - SP, responsável por juntar o material coletado e encaminhar para o NOAA, um órgão da NASA que concentra todos os dados do mundo. A cada hora, o resultado retorna compilado. Esse seria o passo a passo do funcionamento de toda a rede, segundo o Professor Giranda.

O equipamento é autônomo e sua manutenção é realizada por FURNAS. Sobre o acesso aos dados, o professor salienta que qualquer pessoa pode fazê-lo por meio do site do INMET. Quanto aos produtores que desejarem obter mais informações de como fazer uso dos dados disponíveis no site, Giranda lembra que a Universidade possui o programa de extensão universitária “UNIFENAS Rural”, que promove o intercâmbio de conhecimento com pequenos e médios produtores rurais, a custo zero, e que pode auxiliá-los. “O programa é uma forma de aplicação prática do ensino para os estudantes junto aos produtores.”