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1 de setembro de 2014

Entrevista: José Luís Montejano – Psicólogo Motivacional

Psicologia Positiva: uma nova abordagem para o desenvolvimento profissional e pessoal


Everton Marques
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“Na Psicologia Positiva, o foco não é trabalhar os traumas ou a história vivida e sim o potencial a ser descoberto”, diz José Luís

O psicólogo José Luís Montejano, que atua há mais de 10 anos na área do comportamento humano, esteve em Alfenas para proferir palestra na 13ª edição do Congresso de Psicologia da UNIFENAS. Na oportunidade, nos concedeu uma entrevista relacionada à contribuição que a Psicologia Positiva traz para o campo profissional e pessoal.

No congresso, que ocorreu de 25 a 27 de agosto, ele abordou o tema “A motivação através da Psicologia Positiva”. Uma das propostas foi instigar os estudantes a refletirem sobre a sua futura atuação profissional.

A seguir, a entrevista com o psicólogo, que ministra palestras e treinamentos corporativos.



O que caracteriza a Psicologia Positiva?

Dentro da Psicologia existem várias linhas de abordagens: a psicanalítica, comportamental, humanista e por aí vai. A Psicologia Positiva é uma das mais recentes descobertas dentro da pesquisa do comportamento humano. Enquanto a psicologia tradicional trabalha as queixas, as necessidades ou até os transtornos como doenças, a Psicologia Positiva foca o potencial. Por meio de pontos fortes, o ser humano encontra motivação e aspirações em novas descobertas sobre o seu trabalho, a sua vida pessoal como um todo.



E qual é o seu campo de atuação?

A Psicologia Positiva está cada vez se expandindo mais, sendo reconhecida e até aplicada em consultórios clínicos. Ela é muito difundida no mundo corporativo, empresarial, no mundo profissional, na questão de revelação de talentos e desenvolvimento de potencialidades.



Ela trabalharia mais com as empresas?

Hoje é bastante desenvolvida com as empresas, mas não necessariamente. Há muitos psicólogos usando da terapia da Psicologia Positiva, que nada mais é ajudar a pessoa a descobrir potenciais, pontos fortes e talentos que até então eram desconhecidos por ela.



Na questão da depressão, tida como um dos males do século, a Psicologia Positiva pode atuar nesse campo?

Na verdade, é até interessante essa pergunta, porque a Psicologia Positiva surgiu no pós 2ª Guerra Mundial; por conta da depressão, dos traumas de guerra dos soldados ou até mesmo dos habitantes. Eles tinham uma necessidade de se recolocar não só no mercado de trabalho, como também na vida como um todo. A Psicologia Positiva foi um grande advento que os ajudou a descobrir habilidades e talentos que antes não tinham. Então, a depressão é um sinal da falta de alguma coisa na vida da pessoa. Não só bioquimicamente falando, mas psicologicamente. E a Psicologia Positiva vem completar com algo a mais, dar mais sentido e, automaticamente, combater e até diminuir a depressão.



Por isso a necessidade de se focar nos pontos fortes?

Justamente! O grande problema da maioria da humanidade é uma tendência natural em focar no ponto fraco, valorizar os problemas, e evitar, de certa forma, conhecer quais são os seus pontos fortes. O negativo continua. Não vamos fazer vista grossa! A psicologia tradicional atende a essa demanda, mas a Psicologia Positiva vem agregar os pontos fortes que as pessoas até então desconhecem.



Sua palestra para os alunos de Psicologia trata da motivação, por meio da Psicologia Positiva, ao final, o que gostaria que eles levassem de compreensão para a sua vida pessoal?

Encontre o que te faz feliz. Seja onde for que resolva atuar: na área jurídica, na clínica, na empresarial, corporativa, organizacional, não importa. Encontre aquilo que lhe satisfaz! A psicologia positiva, vem justamente para isso, para fortalecer esses profissionais a serem felizes no campo que forem atuar da Psicologia.



E como identificar aquilo que te traz felicidade? Nem sempre é tão simples assim?

Na verdade a palavra felicidade é muito ampla, às vezes, até subjetiva demais para alguns. Felicidade na verdade é um estado de espírito. Não quer dizer que a pessoa tem que ficar sorrindo toda a hora, dando piruetas, superalegre, não é nesses termos. A felicidade, no conceito da Psicologia Positiva, é eu estar bem naquilo que faço, executar com toda a integridade da minha alma. Não é necessariamente estado de alegria e sim estado de espírito, de plenitude. E, mais uma vez, quando descubro potenciais que até antes eu não sabia, eu acabo me entregando e descobrindo o que é essa felicidade.