Notícias UNIFENAS

Notícias

25 de maio de 2020

“Roda de Conversa” envolve comunidade acadêmica da UNIFENAS


Everton Marques
Ampliar foto
Izabel Barbelli, psicóloga; Rogéria Ribeiro de Assis, psicopedagoga; Andreia Martins Amaro, psicopedagoga; Joice Mara Suarez de Souza Brocanelli, psicopedagoga; Enio Rodrigues da Silva, médico psiquiatra; e Edinéia Aparecida Pereira Rodrigues, psicóloga

A “Roda de Conversa”, uma iniciativa que surgiu da parceria entre o NAPEM (Núcleo de Apoio Psicopedagógico ao Estudante de Medicina) e o SOP (Serviço de Orientação Psicopedagógica) da UNIFENAS, câmpus de Belo Horizonte, transformou-se em uma importante ferramenta de aprendizagem. O que antes estava ligado apenas à área de saúde, nas últimas semanas se expandiu para os demais câmpus da instituição e áreas do conhecimento. Por meio de Lives, quase que diárias, profissionais da Universidade ou convidados expõem temas variados, de acordo com as graduações da UNIFENAS. Pelas redes sociais são divulgados os dias e horários dos assuntos a serem apresentados e a plataforma de comunicação on-line que será usada.

O professor Enio Rodrigues da Silva, médico psiquiatra e membro do NAPEM, e a psicopedagoga Joice Mara Suarez de Souza Brocanelli, responsável pelo SOP de BH, com o apoio da coordenação do curso de Medicina, criaram a “Roda de Conversa” com o objetivo de estreitar laços entre professores, alunos e gestores no que corresponde às dificuldades acadêmicas, de métodos de ensino-aprendizagem, de demandas pessoais de estresse e sofrimento psíquico de alunos e alunas. Esta era a proposta antes da pandemia do COVID-19.

A nova realidade impôs uma retomada diferenciada da iniciativa, na qual a “Roda” se transformou em um “dispositivo prático e virtual de abordagem ao problema da pandemia, visando contemplar reflexões teóricas e construção de saídas práticas e coletivas para o enfrentamento da COVID-19. Uma forma de respeitarmos o isolamento, mas não estarmos solitários, sozinhos”, como relataram o professor e psicopedagoga.

A ideia foi replicada pelos cursos da UNIFENAS, que passaram a usá-la como referência para promover palestras, debates, diálogos sobre os mais diferentes temas. “Nossa primeira ‘Roda’ teve mais de 70 pessoas e foi muito bacana! Todos interagiram bem, muitos gostaram e nos pediram mais. Foi muito produtivo e percebemos que foi uma excelente iniciativa pelos agradecimentos e feedback que tivemos dos participantes”, disse Andreia Martins Amaro, psicopedagoga do SOP do câmpus de Divinópolis.

A “Roda de Conversa”, como explica a psicóloga Izabel Barbelli, pode ser entendida como um espaço de discussões e reflexões da condição humana em tempos de pandemia e isolamento social. “A partir dessas discussões é possível fazer uma análise de diferentes formas de apreensão da realidade; repensar os conceitos de educação e aprendizagem em ambientes virtuais; refletir sobre saúde mental e entender como se dá a produção e o desencadeamento de sintomas psíquicos nesse momento de reclusão social; discutir processos de subjetivação em um momento em que as relações são questionadas e postas à prova em ambientes fechados. Enfim, um espaço que proporciona acolhimento, escuta, compartilhamento de nossas angústias e ansiedades, além de muito aprendizado”, ressaltou a psicologia, que juntamente com a sua colega Jaqueline Santos Barboza, responde pelo SOP do câmpus de Alfenas.



Iniciativa bem recebida



Outros depoimentos, como os de Edinéia Aparecida Pereira Rodrigues, psicóloga do SOP de Campo Belo, e de Rogéria Ribeiro de Assis, psicopedagoga responsável pelo SOP do câmpus de Varginha, demonstram que a “Roda de Conversa” foi mesmo bem-recebida pela comunidade acadêmica. “É um importante meio de se expressar e se conectar com o outro, trazendo ensinamentos e compartilhando ideias. Os alunos têm participado e o interesse pelas ‘Rodas de Conversa’ tem sido cada vez maior”, disse Rogéria.

A partir da “Roda” que teve por tema “Saúde mental e trabalho nos tempos de pandemia”, realizada no câmpus de Campo Belo, a psicóloga Edinéia Rodrigues exemplificou como tem ocorrido estes momentos: “‘A Roda de Conversa’ contou com a participação de alunos e funcionários do câmpus e foi um momento para as pessoas terem informações sobre o cuidado com a sua saúde mental e a sua qualidade de vida nesse período em que vivemos. O bate-papo propiciou essa reflexão e abriu espaço para os participantes compartilharem suas vivências sobre o assunto”.

Até o dia 19 de maio, mais de uma dezena de “Rodas de Conversa” já havia ocorrido. Outras estão programadas para o longo desse primeiro semestre. Em Belo Horizonte, onde foi criada, de acordo com os responsáveis, o número de participantes oscila. Há encontros com média de 30 participantes, assim como já ocorreu um com cerca de 200 participantes.



“Rodinhas de Conversa”



A boa repercussão da “Roda de Conversa” no meio acadêmico levou o câmpus de Belo Horizontes a criar as “Rodinhas de Conversa”. Trata-se de encontros virtuais que ocorrem as terças e quintas-feiras com um número menor de participantes e que conta com o protagonismo de um dos estudantes. De acordo com o professor Enio Rodrigues e a psicopedagoga Joice Mara, eles estreitam laços e provem a escuta, orientações, compartilham atividades de vida diária e como dizem: “conversamos sobre aquilo que precisamos!”.

“A palavra que define o que tenho sentido participando deste projeto das ‘Rodas’ e ‘Rodinhas de Conversa’ é: gratidão! Tem sido gratificante participar e ver a participação de cada um. Cada pergunta, cada relato, cada rostinho e cada olhar tem sido enriquecedor para todos nós!”, destacou Joice Mara.

Dentre as suas colocações, o professor Enio afirmou que as “Rodas” e “Rodinhas” orientam novos posicionamentos, “mobilizando e trocando afetos, provocando a interdisciplinaridade. Um gesto profissional multidimensionado de compartilhamento de saberes, de debates de normas e valores, de produção de conhecimento, visando também quebrar hierarquias entre discentes e docentes, uma vez que todos nós estamos na mesma situação – vivenciando esse distanciamento social, sem cairmos na solidão”.