Notícias UNIFENAS

Notícias

25 de junho de 2021

Entrevista: Armando Lourenço – autor de Liderança na Prática

Escritor fala das características de um líder a partir de suas experiências


Everton Marques
Ampliar foto
O autor espera que sua obra seja um norte para os novos líderes e que se torne um livro de cabeceira

Autor dos Livros “Empresa Familiar: um sonho realizado” e “Bastidores da Empresa Familiar”, Armando Lourenço lançou em janeiro de 2021 a sua mais recente obra “Liderança na Prática - Como liderar pela primeira vez”. Por considerá-la uma publicação relevante para quem já se graduou e também para quem está na graduação, na pós-graduação e até mesmo para gestores já experientes, o Núcleo de Acompanhamento e Integração do Egresso da UNIFENAS convidou o autor para uma conversa virtual, aberta a este público.

Em sua fala, o doutor e mestre em administração, traça o perfil esperado de um líder. Como está colocado em seu livro, “num ambiente tão complexo como o mundo corporativo, onde mudanças ocorrem com cada vez mais frequência e velocidade, assumir o papel de líder pela primeira vez é um desafio por vezes assustador e totalmente diferente do que já foi em décadas passadas”.

Após o encontro on-line (disponível no YouTube da UNIFENAS) com gestores e a comunidade acadêmica da Universidade, Armando Lourenço concedeu uma entrevista. Nela ele destaca algumas características da liderança, os desafios de ser líder e suas expectativas quanto ao livro.



O senhor iniciou sua palestra colocando que a mudança analógica para o digital impacta na liderança. De que forma seria esse impacto?

Bom, o primeiro impacto, não necessariamente o mais importante, é a questão do domínio de tecnologia. Porque para identificar soluções digitais para os problemas cotidianos, você tem que talvez entender, não no sentido de programar, por exemplo, algum sistema. Entenda que a tecnologia te permite solucionar os desafios do dia a dia. O segundo ponto mais relevante é você mudar o mindset. Mudar o modelo mental da cultura analógica para a cultura digital. Porque a gente sempre viveu em um ambiente analógico, claro que com mudanças desde a década de 80 para cá. Mas agora está muito veloz essa transformação digital. Então, nem sempre todas as pessoas já estão nesse modelo. As pessoas/empresas estão aprendendo também. É um desafio para todo mundo.



Em sua obra está exposta toda sua experiência, sua vivência, suas especializações, doutor e mestre em Administração. Como o professor enxerga que deve ser o comportamento de um líder? Quais são as características? O que o diferencia daquele chefe executor para, realmente, o papel de liderança?

Você tem que ter três competências que são chave: a questão ética, adaptabilidade e a educação continuada. Mas o que tem que permear tudo isso é o foco nas pessoas. Você precisa ter foco nas pessoas! Focar em outras coisas, não colocar as pessoas em primeiro lugar, você não consegue desenvolver, você não consegue ter o time, você não consegue ter utilidade, você não consegue ter lealdade, você não consegue ter nada. Na sua organização você não tem compromisso, não tem engajamento. Então, vejo que todas essas competências que a gente tem, devem estar permeadas com esse foco. Ou seja, colocar as pessoas, mas colocar as pessoas de fato, em primeiro lugar.



O senhor fala da relação de empatia?

Empatia é uma das possibilidades da gente olhar a pessoa a partir da ótica dela e agir conforme essa visão. Mas acho que a gente tem que ter outras preocupações. Quanto à preocupação com o bem-estar das pessoas, sua saúde mental. Tem outras preocupações que estão conectadas com a empatia. Volto a dizer! Empatia é uma das principais porque quando você enxerga a pessoa pela ótica dela, tudo isso vêm como decorrência. Temos que tomar muito cuidado quando a gente é líder. E esse papel de desenvolver pessoas é fundamental.



Quando fala de desenvolver pessoas, nós podemos também afirmar que o papel do líder como inspiração para os seus liderados é relevante?

Sim, claro! Porque, veja, você quer trabalhar em uma empresa ou com um líder que lhe inspire. A inspiração se conecta com duas palavras: admiração e confiança. Se você não tiver admiração pela pessoa que te lidera e você não viver em um ambiente de confiança, você não quer ficar nessa organização. É péssimo isso.



Quanto ao seu livro, o que o levou a escrever Liderança na Prática – Como liderar pela primeira vez?

O gap que eu percebi que as pessoas tinham quando eram promovidas pela primeira vez ou mesmo que já tinham sido promovidas, mas que tinham uma pequena experiência. Essas pessoas não conseguiam liderar o time, não conseguiam alcançar os resultados. O clima era ruim, muito centralizadores ou centralizadoras. O objetivo do livro foi ajudar essas pessoas. Por isso que o escrevi sob o ponto de vista da minha experiência mesmo. Eu quis conversar com o leitor. Eu não parti de modelos teóricos, quis explicar a minha visão sob o ponto de vista de liderança. É claro que a minha visão é embasada em vários livros que a gente leu, em especialistas que eu conheço, várias palestras que eu vi, várias pesquisas que eu fiz.



Obviamente todos os autores têm uma expectativa quanto às suas obras. Quais são as suas expectativas quanto a esse livro?

A minha expectativa é que a pessoa perceba nesse livro que ele, primeiro, não é um divisor de águas. Nunca pretendi ser um divisor de águas! Eu queria que ele fosse um livro de cabeceira. Quando a pessoa tiver dúvida, o lê novamente e fala assim: acho que esse é o caminho. Se eu não indicar o caminho, ao menos eu ajudei a pessoa a refletir. Acho que é importante! Você não precisa seguir exatamente o que eu falo, mas eu gostaria que você refletisse naquilo que você faz.