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14 de setembro de 2021

Covid-19 pode comprometer a saúde mental

Estudo acadêmico apresenta números de uma realidade preocupante


Everton Marques
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Para suportar e superar as consequências da pandemia, a professora Christiane Pimenta aconselha as pessoas a olharem para si mesmas e a procurarem profissionais especializados para uma psicoterapia

Pesquisa que abrangeu mais de mil pessoas, com idade acima dos 18 anos, confirma que em meio à pandemia da Covid-19 houve um aumento significativo de casos de ansiedade, depressão e distúrbios do sono. O estudo materializou o que já era perceptível para observadores do comportamento humano. Este trabalho desenvolvido por pesquisadores da UNIFENAS, dos cursos de Psicologia e Biomedicina, do câmpus de Varginha, recebeu o título de "Investigação da Saúde Mental, Cognitiva e Avaliação Diagnóstica das Pessoas na Pandemia Covid-19".

Os dados, que estão em fase de análise para publicação, apontam que 79,4% dos entrevistados sentem-se nervosos, tensos e preocupados. Há registro de que as pessoas estão chorando mais que o comum (31,4%), de que houve aumento na sensação de ansiedade (41,7%) e de dificuldades para tomar decisões (56%). Como informa a professora Christiane Navarra Frogeri Pimenta, responsável pela coordenação do estudo, das pessoas que participaram da pesquisa 14,7% testaram positivo para Covid-19.

Ao avançar na leitura dos dados percebe-se também prejuízos quanto à atenção (70%), na memória e na capacidade de raciocínio (60%), bem como na falta de clareza no pensamento (43%). Outros resultados se referem aos prejuízos na qualidade do sono (50%), pessoas que deixaram de apreciar atividades diárias (41%), que se cansam com facilidade (58,3%) e que relatam ganho de peso (61,83%). Segundo a professora, as informações obtidas pela pesquisa devem contribuir para "entendermos mais os impactos emocionais e cognitivos gerados por uma situação de pandemia nas pessoas em geral".

Os números refletem a influência que a Covid-19 tem exercido no dia a dia da sociedade. Como sugere a coordenadora da pesquisa, a situação de estresse levou "a mudanças de hábito, adaptações a novas realidades, a convivência por um longo tempo com incertezas, medos, inseguranças, dados assustadores, o distanciamento social, a falta de oportunidades de lazer, a instabilidade econômica das famílias, entre outros fatores".

Denise Costa Ribeiro, Diego Costa Lima, Catherine Bueno Domingueti e Carolina Pinto Vieira são os docentes que também participaram do desenvolvimento da pesquisa e que coordenaram aproximadamente 50 alunos, dos cursos de Psicologia e Biomedicina, envolvidos na coleta de dados, por meio da disciplina PII (Projeto Inovador Integrador). A professora Christiane Pimenta disse que as informações colhidas já foram trabalhadas nas Atividades Integradoras, por meio de mesa-redonda, vídeos informativos e e-books direcionados à população.