Everton Marques

No início da graduação boa parte dos universitários enfrenta a ansiedade, o medo da nova jornada. Neste momento, a experiência de quem trilhou caminho semelhante pode fazer toda a diferença. Para alunos do curso de Direito da UNIFENAS, câmpus de Alfenas, ouvir o juiz de direito aposentado Fernando Antônio Tamburini Machado, no início da graduação, foi como encontrar a luz que norteará a trajetória acadêmica e profissional.

A história do bancário que chegou à gerência na Caixa Econômica Federal, que aderiu a um programa de demissão voluntária e assim deixou a estabilidade de uma carreira promissora para se lançar no mundo jurídico e novamente ser vitorioso no primeiro concurso da magistratura do TJMG (Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais), é algo capaz de inspirar. As decisões do juiz aposentado, egresso e ex-professor da UNIFENAS, fizeram os olhos dos estudantes brilharem durante a exposição dos fatos que marcaram a sua vida profissional.

Uma vez aposentado, o professor, como nos permitiu assim chamá-lo, continua a atuar no mundo jurídico; hoje como advogado. Em sua fala o bom senso e a humildade se fizeram presentes. Como Católico Apostólico Romano salientou que suas convicções religiosas e morais não influenciaram as decisões do juiz de direito; ainda que muitas vezes contrárias ao que acreditava, pelo fato de ser necessária a isenção para se fazer justiça.

Quanto à humildade que o cargo exige, disse que em muitas situações se deparou com decisões que influenciam a vida das pessoas e que por isso não poderia impor a sua visão. “É como eu disse, às vezes eu tinha alguma questão religiosa, moral que não é a mesma da pessoa. Então, tinha que me colocar no lugar do outro para poder decidir e a humildade traz a sabedoria. Isso é o mais importante para quem decide, principalmente, a vida das pessoas.”

Para aqueles que sonham com a magistratura, um alerta: ela é um sacerdócio. A carreira glamourosa, o tratamento de excelência, de doutor ou de autoridade pode até massagear o ego sim! Como afirmou. Porém é preciso responsabilidade com o exercício da prerrogativa como juiz de direito. Disse que é preciso ter consciência de que o poder que exerce não é seu e sim do cargo. Um poder que exige, novamente, humildade e bom senso. “Gosto muito dessa palavra, bom senso. Porque você vai decidir com ela 90% das questões. Nem só na lei encontrará a solução. Então, muitas vezes, eu gostava de conversar com as pessoas, com as partes. Muitas vezes você consegue conversar numa audiência de conciliação e resolver, principalmente pacificar. Muitas vezes o juiz é obrigado a resolver, mas o mais importante é pacificar o conflito.”



Exemplo a ser seguido



Ao compartilhar suas experiências, o professor Fernando Tamburini trouxe conforto aos acadêmicos quanto ao que esperar da graduação oferecida pela UNIFENAS. “Eu achei inspiradora. Tinha insegurança quanto à Universidade particular, mas tem sido… Acho que a palavra é encorajadora”, enfatizou a caloura Júlia Botazini Braga.

Inspirador também foi a palavra usada pelo aluno Leônidas Silva, que está no 3º período do curso de Direito, para descrever o contato com o professor Tamburini. “Ele mostrou que a dedicação é mais importante que o brilhantismo! Isso ‘dá gás’ para a gente estudar e assim se dedicar mais. É muito motivador.”

O professor Alyson da Silva Leal, coordenador do curso de Direito, do câmpus de Alfenas, acredita que o juiz aposentado é um exemplo a ser seguido. “Dr. Fernando é um modelo de comportamento ímpar para todos nós, enquanto professores, enquanto profissionais aqui da casa. E também para os acadêmicos, que têm a possibilidade de conhecer toda a trajetória que foi traçada e que de certa forma começou aqui [UNIFENAS] a sua carreira jurídica.”



A família e a UNIFENAS



A UNIFENAS (Universidade Prof. Edson Antônio Velano) teve um destacado papel na formação de boa parte da família do juiz aposentado. Como nos contou, a sua esposa é formada em Biologia, a irmã dele também se graduou na Universidade e a sua mãe, já falecida, chegou a cursar filosofia na década de 1970 na UNIFENAS. “Eu me formei aqui, os meus dois filhos se formaram aqui. Então, quer dizer, a nossa formação profissional se deve à UNIFENAS. Realmente é um ensino de qualidade.”

Valorizar a UNIFENAS é algo que para ele faz todo o sentido. “De Alfenas para o Brasil e para o mundo. Nós temos que valorizar realmente esse grande empreendimento deixado pelo Prof. Edson Antônio Velano, quem eu tive a honra de conhecer, hoje em continuidade pela esposa e pelas filhas; muito bem dirigido.”



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